deserto

Posted in só na minha cabeça with tags , , on Outubro 31, 2010 by João Carvalho
praia da calada – 28 Outubro 2010

o melhor de tudo excelente-radioso

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , on Dezembro 9, 2010 by João Carvalho

“Oi

Espero que esteja tudo bem. Que os dias corram de feição com mais ou menos chuva, vento, boas ondas ou agruras. Nem sempre temos falado, mas também os silêncios são bons, também fazem falta. Às vezes fala-se demasiado. Com tudo isto queria saber como estás, que também é a pergunta mil vezes feita por todos, repetida como se de um gravador se tratasse e nem sempre importa a resposta. Ora evitando a pergunta e focando mais na resposta importa que estejas bem, e se não estiveres que fiques. Porque isto do bem e mal também é relativo, há dias e dias, horas e horas e às vezes segundos e segundos. O segredo é saber manter o equilíbrio. O tramado é não saber, ou esquecer, ou tremer. Ainda bem que inventaram os fármacos, e o álcool e a televisão estúpida e o simples dolce far niente, sim porque isto de invenções os italianos é que sabem, são os mestres de tudo.

A distância não tem de ser medida em palmos nem em número de palavras e atenções. Sabe que espero mesmo que estejas/fiques bem e que tudo corra na feição que desejes, norte-sul, este-oeste, mal-menos mal e o melhor de tudo excelente-radioso.”

Estou bem ou vou ficando porque, felizmente, belos são os rios que se cruzam para te encontrar… Bj.

amantes

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , , , on Novembro 7, 2010 by João Carvalho

Seremos como dois pobres vagabundos
alongando as suas misérias na cidade,
por entre as ruas cobertas de lixo,
mas seremos ainda amantes.

Cobriremos as nossas duas faces
como a lua se cobre de negro,
quando se farta de tanta glória,
mas seremos ainda amantes.

Nos bairros negros da fome
os nossos corpos brilharão na luz fétida dos esgostos;
Nos olhos iluminados como archotes
seremos ainda amantes.

Como reis do estrume e da podridão
a nossa coroa será o arco-íris;
caminharemos no seu dorso até ao fim do mundo
como dois amantes.

Enfeitados com roupas de mil cores
confundiremos os olhos dos homens felizes
e cegaremos todos os outros para sempre.
E seremos ainda amantes.

Mesmo que a morte venha provar
o sabor dos nossos lábios,
escorrendo como sangue e lodo nas nossas veias,
ainda assim seremos amantes.

Seremos amantes para sempre,
enquanto as flores sangrarem
aromas de morangos e abelhas,
ao som dos nossos passos como mel.

(1989)

Sabes, o amor…

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , on Novembro 7, 2010 by João Carvalho

Sabes, o amor…

A grande árvore de raízes lentas…

Sim, o amor…

Os primeiros gestos,
as primeiras vozes:
é isso o amor?

Não, o amor não é isso
nem é outra coisa…

Sim, tu sabes…

A tarde e a morte juntas
enlouquecidas de raiva
e o vento rumorejante de ciúmes!

(1989)

o amor?

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , , on Novembro 7, 2010 by João Carvalho

o amor?
o amor é assim um homem ter um lugar na cabeça
e uma dor nas mãos
que acontece quando aperta a cabeça entre as mãos
e depois o lugar mudar de lugar
(digamos o joelho esquerdo) e a dor permanecer na cabeça

o amor?
o amor é assim uma mulher ser um lugar dentro
(do joelho esquerdo) de um homem
e acontecer uma dor sem lugar quando aperta a cabeça
entre as mãos

(26 Setembro 2010)

declaração de intenções para quem me tocar à porta hoje ou me chatear II

Posted in só na minha cabeça with tags , , on Novembro 1, 2010 by João Carvalho

Nesta casa há pão mas continua a não haver deus.

humm, 2011 não vai ser tão elegante… :-(

Posted in só na minha cabeça with tags , , , on Outubro 30, 2010 by João Carvalho
Elena Dementieva

Elena Dementieva (newsimg.bbc.co.uk)

esse momento

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , , , on Outubro 25, 2010 by João Carvalho

Devia haver um domingo com um sol só para ti
de madrugada
onde a teu lado um frio triste desistisse nos teus ombros
uma noite que te deixasse assim ilesa
sem mais nada
uma manhã crescendo acesa de tudo o que já fomos

Devia haver a foz de um rio com o descanso da tarde
onde um céu de horizonte adormecesse em ti
o pensamento
um mar que te afogasse fundo a tua dor que arde
um silêncio se fizesse mudo   e fosse meu
esse momento

hoje terias 45 anos, “olhos sem cor”

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , , , , , , , , , on Outubro 22, 2010 by João Carvalho

caiu uma noite de cimento
por cima dos teus olhos
e o tempo está quieto
faz horas que ali está
uma árvore talvez pudesse
arrancar uma lua dessa noite
e deixar-te a correr com o tempo
devagar
caiu uma noite sobre a tua árvore
e o tempo está quieto
o tempo está quieto
e tu passas  e abres ramos
tu passas  e abres olhos
devagar  sem cor

(2006)

e tu estás … aqui

Posted in só na minha cabeça with tags , , , , , , , on Setembro 30, 2010 by João Carvalho

Há um verde em ti com olhos de outono
e só quem não sabe o frio que faz em maio
não traz as folhas cheias de mãos para te dar
Há um verde   uma bruma
onde a manhã é   e os pássaros são
E em tudo encontro
um certo sabor fabricado para ti
uma sombra de tu não estares
está aqui   no meu sorriso
esboço um futuro
levanto os olhos e vejo o pássaro voar
espero   a manhã tem um tempo
e tu estás e eu aqui